terça-feira, 26 de outubro de 2010

Quando é amor


- eu te comprei flores, tentei te mostrar o mundo, trouxe a alegria pra mais perto de você. Te mandava mensagens, te ligava, falava de mim, dos meus planos pra gente, te fazia convites que nenhuma outra mulher recusaria. Fiz o possível e me concentrei em fazer do impossível uma palavra que o meu amor desconhecesse. Eu traria o mundo, me dou todo e por completo pra você e se isso não for o suficiente eu faço mais e mais. Eu olho pra você todos os dias na esperança de identificar um olhar diferente, um olhar com mais carinho e atenção, mas nada. Você é um mistério. É como se eu não tentasse te trazer pra mais perto de mim, como se eu e o meu amor passássemos despercebidos por você. É como se tudo o que eu faço não valesse de nada. Eu queria poder te chamar de minha, te dar meu carinho e amor. Eu, eu, eu..
- Eu, eu, eu... esse é o problema. É só você e mais ninguém, você só percebe o "eu", não para pra pensar no outro, em mim no que eu quero de fato. E o fato de você me querer, sinceramente não me diz muita coisa não. Eu já percebi essa tua fascinação por mim, isso não me passou despercebido não. Só que ser egoísta a ponto de querer realizar seus sonhos, metas,objetivos, desejos sem pensar no que o outro quer, é demais pra mim. Não adianta ser feliz sozinho. E é isso que eu vejo em você. Um carinha que quer me ter, mas que não quer de fato me conquistar, me encantar. Tudo o que você já me fez e me deu, foi lindo, não nego. As flores são lindas, mas murcham. As mensagens são um encanto, mas palavras o vento leva. É muito fácil falar e pouco fazer. Os teus planos, talvez não sejam os mesmos que os meus. Você é um cara auto-suficiente, se basta enquanto eu, eu sou dependente demais. Eu não quero só receber carinho, eu quero doar também. E pode até parecer meioclichê, mas as vezes você quer mostrar mais o seu "ter" do que o seu "ser", e ainda no clichê, o ser é sem duvida mais importante do que o ter.
- E o que você quer de mim? Eu não sei agir, não sei o que fazer.
- Eu só preciso sentir que sou importante e que eu faço a diferença no mundinho de alguém, mas isso não é tudo como eu já disse. Só de você se dispor a perguntar o que eu quero uma vez, já faz a diferença. Tudo o que a gente faz, recebe em troca na maioria das vezes. Se você se mostra preocupado e amável com alguém, esse alguém vai sentir a diferença e provavelmente o fará também. Qualquer relacionamento tem que ter a participação de ambas as partes. Se um dominar, o outro pode se sentir mal, escravo de um relacionamento. Relacionamento, de qualquer tipo, é troca. É o "eu quero" seguido do "o que você acha melhor?". É um conjunto de coisas simples, mas que na maior parte das vezes a gente não põe em prática.
- Eu quero e acho, na verdade já me preocupo com você. Só de pensar que você pode achar um cara melhor que eu, dói aqui dentro. Mas eu acho que entendi o que você quis dizer. E o cara que ficar contigo, vai ter sorte.
- E você já tá desistindo?
- Não, na verdade eu to disposto o qualquer coisa por você, mas é que olhar nos seus olhos e escutar essas coisas me fez perceber que eu te amo de verdade e que eu sou um cara muito cheio de defeitos pra você. Na verdade eu sou um cara muito limitado e eu não me basto não. Eu só não quero sofrer mais e te fazer sofrer ou ser incomodo. Eu queria poder te aquecer e receber o teu carinho.
- Quando é amor a gente entra numa relação pensando que antes de sermos felizes, temos que fazer o outro feliz. Aquecer o coração de alguém é tão importante quanto querer aquecer o próprio coração. Se você o faz, também recebe calor em troca.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

num canto qualquer do coração


- Por que você me trata assim?
- Porque eu sei que você merece, de algum jeito eu sei.
- Mas eu não quero ninguém. Não quero me prender e nem prender ninguém a um sentimento tão tenso e pesado. O amor é para poucos, é pra quem é medroso, pra quem tem medo de ficar sozinho, pra quem é dependente. Eu me basto, não preciso de ninguém pra dividir a minha vida.
- Medroso é quem tem medo de amar, de se prender e perceber que precisa sim daquela pessoa pra ser mais feliz. Medo de sentir uma necessidade enorme de ver um sorriso, mesmo que ele não se abra exatamente pra você. Olha, eu me basto sim, mas prefiro depender, pelo menos um pouco, de você, do balanço do seu cabelo, do jeito que você mexe o nariz quando fica com vergonha e do jeito que você levanta a sobrancelha quando fica com raiva.
- Mas eu não to nessa, e ai você sofre. Amor pode até ser isso que você disse, mas se você não écorrespondido, você sofre.
- Amor, o de verdade, que fique claro, pode até nos deixar tristes um tempinho, mas só de saber que mesmo assim de longe o ser amado está bem, já deixa uma coisa boa no peito.
- Mas você ainda não me fez entender o porque ainda me trata bem e com carinho. Você sabe que eu fico com vários carinhas e que não tenho a menor pretensão de namorar com ninguém.
- Não tem o que entender, só sentir. Eu vejo nos seus olhos essa necessidade de ter alguém que cuide de você, que diga o quão importante você é. Que te faça sentir protegida por meio de um abraço ou um olhar. Que te pegue pela cintura, te levante bem no alto e te faça rir. Que faça você se sentir uma criança e já no instante seguinte te faça se sentir a mulher mais bela. Todo ser humano quer isso pra si, mas só os corajosos expõem essa mesma necessidade. Triste é aquele que tem medo de gritar isso pro mundo. Essa loucura de estar sempre com uma pessoa diferente, pra mim é um atestado de carência. Lá no fundo, num canto qualquer do coração de todo ser humano, existe um ser que necessita de um outro semelhante pra crescer, amadurecer e aparecer, ficar bem de fato, feliz. Se você não se dá o devido valor, se não respeita seus próprios limites, como vai querer que alguém te respeite? Eu vejo em você o que eu quero como família, o que eu preciso pra mim, se você não quer, eu te respeito, não insisto. Tenho muito o que viver, mas nem por isso eu vou te maltratar ou matar esse amor. Eu tenho dentro de mim um sentimento enorme, um amor sem medidas, tamanho, não posso e nem quero prender ele aqui dentro. Se não for você a pessoa a quem vou dedicar boa parte desse sentimento, por opção sua, não vai ser esse o motivo para que eu te maltrate.
- Talvez seja bem isso, mas eu ainda não me convenci dessas coisas que você disse.
- E talvez você só perceba isso quando encontrar esse amor perdido dentro de você, o amor que é necessário pra você amar o próximo, o amor próprio.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

moonlight


estávamos ali, dois estranhos. Eu e você, um amigo intermediador de amores, um cupido louco e pouco sutil. Um sorriso ali, um olhar aqui, um "oi" um tanto quando desajeitado. Éramos dois desajustados a procura do ponto certo, um porto seguro. Um alguém pra esperar de braços abertos e sem medos.
Um raio de luz, que emanava da lua, era tão singelo e bonito, mas era ele que nos separava. Foi com um sonho, me pergunto até agora se foi de fato real, se mereceria eu tanta felicidade. Teu sorriso, teus olho e cabelos, me lembro de cada traço teu, mesmo de olhos fechados conseguiria desenhar cada ponto de tua face. Tua pele, tuas expressões e aquele olhar envergonhado. Pobre de mim, que dizia não mais querer gostar de alguém. Tentei de início me convencer que seria só mais um sofrimento, mas você entrou sem pedir licença e já se instalou em minha vida, na velocidade da luz me trouxe uma felicidade que ainda não tinha experimentado. Não me permitiu expor meus "quereres", mas e daí? Eu nem precisava falar, tuas atitudes me pareciam premeditadas, como se tivesses o meu manual. Eu que antes precisava da minha solidão para reencontrar as coisas que aqui dentro eu já não encontrava mais, vi em ti o que tentava encontrar dentro de mim, dentro dessa bagunça humana em que me encontrava.
Bem que dizem que na primavera que os amores, as paixões surgem, e eu que nunca acreditei nessas coisas, me vi entorpecido pela tua presença. Me conectei aos meus sentimentos mais íntimos e percebi que o que faltava no meu dia-a-dia era o teu abraço, forte e apertado.
Um convite, mãos dadas, pequenos gestos que aqueciam meu coração. E as gotas do gelo que o envolviam, escorriam pelo caminho.
No portão uma despedida, mais abraço apertado, que fez com que meu coração incendiasse por completo. Não havia mais palavras. Um beijo e o mundo se calou. E eramos somente eu e você, ninguém mais. Minhas mãos sentiam necessidade de te tocar, sem maldades, malícias, medos, incertezas posse ou segundas, terceiras e quartas intenções. Era a necessidade de saber se era real, se você era mesmo tudo aquilo que eu pedi a Deus, tudo aquilo que eu pensava não existir nesse mundo egoísta e solitário, mas que sempre quis pra mim.
Um toque, mais um sorriso e sim, sim , era real. É real e que assim seja para todo o sempre, até onde Deus permitir

Pra você um beijo e um abraço apertado, desses que deixam o corpo dizer o quão feliz fico em estar perto de ti.


Rafa's Romance (:


sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Consciente


Se você ama a sua vida e procura dar valor a ela, eu te peço, leia o texto até o fim.
Eu, Camila Milano, vivo pela vida. Não queria usar esse meu canto tão particular e tão meu para falar sobre política, mas tenho dentro de mim um temor enorme no que desrespeito ao resultado dessas eleições. Eu não quero aqui defender candidato nenhum, só quero expor o que eu considero como a pior dentre os piores. Não quero levantar bandeiras ou dizer mentiras. Tudo o que eu escrever aqui, logo a baixo colocarei links de vídeos ou de jornais e revistas conhecidos em nosso país. Não vou inventar nada. Escrevo pois temo pelo NOSSO Brasil. Temo pelo meu futuro, pelo futuro dos meus próximos e principalmente temo pelas vidas que ainda vão vir a este mundo.
Quero dizer algo que tem me deixado muito chateada, e diria até com um certa angustia no coração. Tenho escutado muitas pessoas dizerem que vão votar na Dilma porque gostam do Lula, não foram uma ou duas pessoas, foram várias. Juro, sinto vontade de gritar ao escutar isso. Hoje mesmo a senhora que trabalha aqui na escola, entrou no meu setor bem na hora que eu estava comentando com uma colega de trabalho sobre o debate da Globo ( 30/10/2010), e a primeira frase dela foi: "Vou votar na Dilma porque eu gosto tanto do Lula." Eu e a minha colega prontamente ecoamos um sonoro NÃO, não faça isso! Expomos a nossa opinião e comentamos o que vimos no debate. Uma mulher insegura, perdida e sem projetos concretos para apresentar. Ela não tem a segurança do Lula, não tem os mesmos planos e metas. só demagogia .Jamais faria no exterior o que o Lula fez ou pelo menos tentou fazer. Eles são pessoas completamente diferentes! Por favor gente, não caiam nessa!
Dilma ontem insistiu em expor o trabalho feito pelo Lula, mas isso eu já sei, eu quero ver o seu desempenho sem falar nas atitudes dele, quero seus planos e metas. Ajudei aos 16 anos a eleger ele (Lula) e acompanhei os seus erros e acertos. O governo dele não foi um dos piores, pelo menos eu penso assim. Mas a questão é: Quais são os planos da Dilma? O que a Dilma faz é se esconder na sombra do Lula. Ela não disse nada com nada e cometeu vários erros, ou atos falhos, como preferirem. Gaguejou, titubeou e nada disse. Enrolava, enrolava e nada, estava perdida. Não é esse o tipo de pessoas que eu quero pra governar o meu país. Quando ela decora tudo, se sai bem, mas quando a pegam desprevenida, como ontem, percebemos que ela não passa de uma boneca nas mãos de outros Petistas. Quero alguém que tenha firmeza no falar e que saiba principalmente o que está falando. Se os outros países já dizem absurdos sobre o Brasil, como por exemplo: só temos samba, e futebol, isso é uma floresta e mais nada e por ai vai; imagina se se deparam com a Dilma que vimos ontem no debate?
E outra coisa que me mata é a discussão sobre o aborto. Os que acompanham meu blog a mais tempo já puderam ler a minha opinião no texto "Você faz as suas escolhas". Eu sou totalmente contra o aborto, seja o motivo qual for. Só Deus tem o direito der dar e tirar a vida de alguém. Dilma sempre disse que era Cristã e que não era a favor do aborto, até aí tudo certo, o problema é que ela diz que é a favor da descriminalização do aborto. Me desculpe, mas ela é louca ou o que? Como uma pessoa pode se contradizer tanto?
"Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim porque és morno, e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca." Apocalipse 3: 15-16
Nem preciso dizer mais nada em relação a essa passagem, certo?
Não venha me dizer que a descriminalização vai ser "uma boa", porque assim as mulheres terão mais segurança, e que o fato de o aborto hoje ser hoje criminalizado não faz a diferença pra uma mulher que está decidida a matar o ser vivo que está dentro dela, eu não caio nessa. Se o aborto se tornar um ato legal, nós teremos a banalização da vida, onde a mulher engravida, e se não quiser, vai ali no hospital e acaba com esse "fardo". Vocês não têm amor a vida não? Será que o mundo está mesmo tão egoísta individual a ponto de não pensarmos em vidas inocentes que não terão a oportunidade de escolher o seu futuro? Vidas que serão jogadas no lixo, descartadas. Me desculpem, mas eu não quero ter na consciência e nas mãos sangue de inocentes.
Vocês podem até achar que eu estou exagerando, e talvez eu até esteja, mas eu não quero isso pra mim, não quero de verdade isso pra meu país, pro nosso país. Não quero que o nosso país fique mais bagunçado do que já está.
Infelizmente ainda vivemos em um país onde as informações não chegam a todos, e a população que não tem condições nem de comer, se iludem com falsas promessas e com o "passado Lula".
Por favor gente, votar não é uma brincadeira, e na verdade nem deveria ser o fardo que tanta gente fala. É através do nosso voto que é decidido o nosso futuro, nossos salários, nossos estudos, nossas condições de vida e muito mais coisas. Reclamar na hora de ver na tv que o candidato eleito por você desvia dinheiro ou o esconde na mala ou na cueca é fácil, difícil é você pesquisar antes e se interessar saber sobre o passado e sobre os planos de quem você vai votar no dia 03/10/2010. E é justamente isso que vai fazer a diferença daqui a algum tempo quando você estiver sentado na sala da sua casa e ver mais uma manchete sobre um escândalo político ou então quando você for reivindicar algum direito e não receber resposta alguma.


Se uma candidata que não se preocupa com vidas indefesas, você acha mesmo que ela vai ligar pra você?

Links, se não for o suficiente, procurem mais (:

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

love is in the air




e nós estávamos ali, rodeados de gente. Numa tarde qualquer, num dia e hora que pouco importavam. Eu e você, num pôr do Sol lindo, não só pelo lugar e pelo céu e sol, mas lindo principalmente porque estávamos os dois juntos, e era como se o Sol iluminasse mais ainda o teu sorriso e fizesse o meu olhar brilhar mais do que o normal por estar ao teu lado. Pouco me importavam as pessoas a nos observar. E a gente permanecia naquela rede, e era bonito de se ver. Se fecho os olhos, tuas feições me aparecem, como num filme na mente. Eu deitada em seus ombros largos, tão frágil, mas tão segura. Qualquer coisa parecia menor ao perceber a grandeza do nosso amor. Num suspiro, cheio de dengo você me ajeitou no teu abraço.
Um amor amigo, um amigo tão amado. Um cheiro, um dengo, o silêncio que não incomoda, não dói. Conversas sortidas, sérias ou besteiras e brincadeiras de criança, com você as coisas ficam calmas, tranquilas. Num dia qualquer, a beira mar, a luz do sol ou da lua, num centro urbano ou no campo. O meio, modo, local, horário ou dia, pouco importam. Estar com você é único. O sol dá animo, o teu sorriso me alegra, as flores me dão a sensação de estar num conto, desses de fada.
É primavera, e a gente fica tão bonito junto, dá gosto de ver.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Feridas rasgadas


Eu estava sentada em meu quarto, próxima a janela, pensando naquilo que tanto me angustiava. Meu irmão brincava de bola no quintal com os amigos dele. Foi quando eu, distraída senti cacos de vidro atingirem meus braços. Meu irmão acertou em cheio a janela do meu quarto. Estilhaçou em mil caquinhos. Olhei e vi sangue em meus braços e mãos. Gritei e logo em seguida meus pais vieram me socorrer.
Fomos direto pra emergência do hospital. Sofri cortes leves, mas que me doeram um bocado. Fui medicada e uma das enfermeiras tentando me deixar mais calma logo veio me dizer que iria cicatrizar rápido e que não deixaria marcas. E de fato foi o que aconteceu, tomei todos os remédios recomendados e logo todos os cortes cicatrizaram. A marca era quase que imperceptível aos olhos.
Alguns meses depois, quando fui jogar vôlei, fui empurrada e senti uma dor incomoda no local onde sofri o incidente da janela.
Nos dias subsequentes continuei sentindo dores, e a cada dia que passava se tornava mais incomodo, estava muito dolorido. Até o dia em que sentei no chão e chorei, de dor. Fui ao médico e pedi ajuda.
Contei tudo o que havia acontecido, desde os cacos de vidro que penetraram em minha pele até a colisão no jogo de vôlei.
O médico me olhou com um olhar caridoso, por um minuto deixei de sentir dor. Ele se aproximou e disse com uma voz tão tranquila e ao mesmo tempo firme:
- Minha querida, o que eu vou te dizer, talvez não te agrade num primeiro momento, mas é para o seu bem, acredite.
- Ai, preciso dizer pro Senhor que eu estou com medo.
- É normal, você não sabe o que vai acontecer. Deixa eu te explicar. Pelos exames feitos, eu estou vendo que ainda tem alguns vestígios de vidro no seu braço. Vai ser necessário que eu abra novamente as tuas cicatrizes e retire todo e qualquer vestígio de vidro e qualquer outro tipo de corpo estranho.
Eu queria poder ter visto a minha cara quando ele disse que teria que reabrir minhas feridas já cicatrizadas. Com certeza minhas feições não foram nada boas.
- Bem, eu confesso que estou com medo, mas o Senhor já tem muita experiência, então, só me resta confiar.
- Então é melhor começarmos o quanto antes.
E assim foi, ele abriu cuidadosamente cada marca em mim, chegou a abrir mais do que devia algumas delas. Doeu, muito até. Mas ele conseguiu retirar tudo. Tudo o que poderia me agredir, me machucar e me ferir mais ainda, foi retirado com sucesso. Nada mais poderia me atingir, pelo menos no que diz respeitava àquelas feridas.
No fim dá micro cirurgia o médico que agradeceu por eu ter confiado nele e sorriu.

Pois é exatamente isso que Deus quer fazer com você. Ele não quer só cicatrizar as tuas feridas, Ele quer ir além, mais fundo. Muitas das vezes é isso que acontece com a gente. Nos ferimos, sentimos uma dor enorme. Pensamos que jamais irá passar. O tempo aparentemente cicatriza a ferida, mas ainda guardamos dentro de nós o medo, a insegurança, a magoa, o ressentimento e tantos outros sentimentos ruins.
Por fora cultivamos a sorriso, a alegria, mas por dentro estamos sangrando ainda. Tudo dói. Qualquer esbarrão, por menor que seja pode fazer doer mais ainda. Um simples "Hey, você tá com uma manchinha ai na blusa, hein?!" pode desencadear uma crise de choro ou uma hemorragia interna.
Deus nos permite passar por determinadas situações para que passamos reabrir essas cicatrizes e assim Ele retira todo e qualquer mal que há em nós. Nos faz perceber que dói sim, mas passa.
Talvez você diga que é muito simples eu dizer tudo isso. Mas essa é a realidade. Eu já passei por isso, e digo, o sofrimento é válido! Deus é muito maior do que podemos imaginar. Suas graças vão muito além das que nos achamos merecedores.
A solidão que você sente e o vazio que te domina, a solução não é bem essa que você possa estar pensando. O que te falta não não são pessoas, não são coisas do mundo. e menos ainda coisas materiais. O que te falta é aquele abraço apertado de Pai, o Pai do Céu que quer te fazer feliz., aquele que sempre esteve ao teu lado, mas que talvez você não tenha se aberto o suficiente para sentir. Ele não é rude, Ele respeita as tuas vontades e só ira interferir se você permitir. Ele quer ver tuas feridas não só cicatrizadas superficialmente, mas num todo, dentro e fora.
O caminho é árduo, duro, difícil. Provavelmente você irá pensar em desistir, tamanha dor. Você se vê fazendo tudo certo, mas a bonança não vem. Tudo tem dado errado, seus sonhos desmoronando, seus planos sem um jeito lógico de se concretizarem. O teu relacionamento não dá certo, isso se você tem um. Tuas amizades não se mostram no momento em que você mais precisa. A família? Ih, essa tá uma confusão só.
Mas pensa bem, você já não esteve em situação pior? Você realmente acha que tudo é ao seu modo e tempo? Só porque você tem feito tudo certo merece um prêmio bem na hora? Só tempestade na tua vida? Se você se encontra na situação em que está hoje, não teve uma parcela mesmo que mínima de culpa?
Assim como Deus quer mexer em nossas feridas, Ele sabe bem a hora de nos mostrar o arco-íris. Tudo tem um tempo certo. Hoje eu percebo que nada na minha vida foi em vão. Nenhum sofrimento que eu passei foi sem sentido. Eu me revoltei algumas vezes, mas Deus me permitiu que eu visse depois o quão bom Ele foi ao permitir tudo aquilo e me perdoou por tudo o que fiz e que não o agradou.
Cada um sabe bem a sua dor, o seu sofrimento. E não importa se você já errou, se você vacilou quando Deus te deu uma oportunidade. Deus quer sempre seus filhos por perto, e até aquele que não se ache merecedor do Seu Amor, Ele dá sempre uma nova oportunidade, Ele quer cuidar de você.Ele não desistiu de mim. E Ele não vai desistir de você.


"Rasgo suas feridas, mexo em sua vida. Abro suas chagas, toco em suas mágoas.
Vai doer um pouco, mas logo vai suavizar. E as chagas tão abertas vão cicatrizar."
- Feridas Rasgadas, Anjos de resgate -


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

porque não era ele.


Eu sei, você talvez nem acredite, mas eu chorei. Era impossível olhar pra trás e não perceber o vazio que até então eu não compreendia. Dentro de mim percebia a inexatidão das minhas palavras ao longo do tempo. O "eu te amo" que sai no automático e sua resposta era um "também" sem abalos no coração.
Uma relação de começo, meio e ... cadê o fim? Minhas aceitações sem maiores explicações. Meia dúzia de palavras e muita enrolação da sua parte, um sorriso de que "tá tudo bem" me vinha ao rosto, tentava esquecer as indas e vindas, as instabilidades desse nosso relacionamento. Desejava o teu corpo, a tua alma, a tua atenção. Continha os meus "porquês" e lágrimas. Eu impulsiva, você um inconstante. Uma combinação nada adequada ao meu pobre coração. Eu tentava mudar meus limites e você nada fazia, sempre foi assim. Na volta, nada mudava, estávamos no mesmo ponto de antes, igual, monótono. Tudo continuava igual, um amor desigual, desproporcional, onde eu pensava amar demais e pouco sentia-me correspondida por você. Seus momentos e humores, talvez incompreendidos por mim, ou talvez era eu que nunca me sentia compreendida por você. Você nunca me dizia o que pensava, tuas ideias, planos, críticas, vontades e do nosso futuro menos ainda. Eu bem que tentava balbuciar as primeiras palavras, ensaiava uma longa e esclarecedora conversa, mas na hora não conseguia me abrir por completo, pouco falava. Um misto de constrangimento e medo, por nunca ver em você a mesma vontade que eu possuía, vontade de me fazer presente nos teus dias sem maiores esforços, de me abrir a uma relação mais sincera, mais amiga, mais concreta, menos eu, menos você e muito mais nós.
Os erros não são teus somente, eu me permiti e te permiti tudo isso. As aceitações, os medos contidos e não ditos, as lágrimas escondidas no banheiro da tua casa e muitas, mais muitas omissões. Coisas das quais, talvez, você nunca nem desconfiou, por não prestar atenção nos mínimos detalhes. Me pergunto hoje, seria isso amor ou comodismo? Medo talvez? Coisas ainda incompreendidas por mim e com certeza completamente desconhecidas por você. A distância nos pregava peças, sentimos falta um do outro, mas isso ainda não me fazia ter certeza desse tal amor, e me remetia ao pensamento comodista. Você se fazia metade, não se apresentava por inteiro. Enquanto eu estava completa, inteira em tuas mãos. Cansei de compreender o incompreensível. E estamos agora aqui no mesmo ponto onde tudo terminou começou, eu incompleta, não por vontade própria, mas porque a vida me levou alguns pedaços, e você metade, por opção. Acho que se algum dia houve amor, a sua indiferença foi matando lentamente... Como posso eu sentir falta de algo que nunca tive? Não sei explicar, eu apenas sinto.

beijos do seu desamor.


inspirado no texto "Porque era ele, porque era eu." do Blog Calmila, por Camila Paier

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

e a cada giro ..



Já é quase de manhã, e eu ainda nem dormi, Fiquei lembrando das coisas bobas que você me disse, do seu sorriso sem jeito. E a cada palavra que você dizia, eu me perguntava qual seria o momento que elas cessariam. Não que eu pouco me importasse com elas ou que não estivesse prestando atenção, pra falar a verdade eu gravei cada palavra, cada pausa e cada vírgula sua. Mas queria tanto o silêncio, queria que ele por um momento imperasse, e ai então, você me beijasse.
O tão esperado silêncio veio, de mansinho. Num segundo senti todo o meu corpo estremecer. Mas ele, o silêncio, veio só, desacompanhado do meu beijo, dos seus lábios.
Ao menos pude apreciar o teu sorriso, quando os nossos olhos tentando fugir um do outro, se encontraram por um breve momento. Foi o suficiente para que o sorriso largo e as covinhas aparecessem. Num misto de vergonha e intimidade.
Numa próxima oportunidade, deixo esse constrangimento e te digo o quão feliz e até abobalhada eu fico ao te ver sorrir. Mas pra falar a verdade eu até acho que você já percebeu, porque depois desse breve encontro de olhares, você não parou mais de sorrir. Seria isso proposital? Uma provocação a esse meu coração frágil e louco por ti?
Lembro bem que como num sopro, sem mesmo eu sentir, você me puxou pra uma dança. Quando me vi, já estava no meio do salão, bailando contigo. E a cada giro parecia, que a minha perna sucumbia de agonia* por estar contigo e querer ser tua, não mais tão somente uma amiga.
Indescritível aquele momento. Nenhuma palavra se quer, nem mesmo um beijo, mas perfeito. Nossos corpos pareciam um só. O teu balanço era tão previsível pra mim, como se tu fosses parte de mim, parte integral do meu ser. Era como se você pudesse ler cada pensamento meu e soubesse a cada passo o que eu faria.
E no fim de tudo, quando a música se resumia num instrumental lento, lindo, quase parando, a tua frase veio completar a minha noite, junto do teu sorriso, que passou a ser habitual aos meus olhos: "Eu gosto tanto de ti, de estar contigo."
Na volta pra casa, mais bobeiras e besteiras, você me faz rir, e talvez, sem que você perceba até, me sinto protegida ao teu lado.
Saiu do carro, abriu a porta, me estendeu a mão, um gentleman. O som do carro alto, sem silêncio algum, e ele veio, o meu tão esperado beijo, pra fechar muito bem a noite. E mais tarde você vai vir aqui, me encontrar com olheiras horrendas. O sono não vem. E agora, me diz, como dormir depois de tantas emoções, tanta perfeição? O sol já vem vindo, o meu sorriso não se desfaz, e o meu coração insiste em relembrar cada momento.

*trecho em negrido é da música - Só sei dançar com você, da Tulipa Ruiz.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

ao amigo


- ah vem comigo, me dê suas mãos, para de graça! Você nem tá cansada.
- Olha, Matheus, para de graça você! Tu sabe bem que eu tenho medo de altura.
- Eu te seguro, o máximo que pode acontecer é a gente morrer ou ficarmos completamente molhados, Ju.
- Obrigada pelo consolo. - Com uma expressão estranha, num misto de medo e desespero Juliana estendeu sua mão e foi com Matheus até a plataforma mais alta da piscina do clube. Sentaram-se na ponta e começaram a conversar, sob um céu lindo e estrelado.
- É incrível como a vida dá voltas, ? Quem diria a uns tempos atrás que a gente estaria aqui sentados, juntos e eu sem dar em cima de você! - os dois soltaram uma gostosa gargalhada, mas Ele logo continuou - é, mas que você continua gostosa, ah isso continua. - Num tapa nas costas que quase derrubou Matheus da plataforma, Juliana se mostrou irritada, mas logo deu de ombros e abraçou o amigo.
- Percebeu que com a gente foi tudo acontecendo ao contrário?
- Como assim , pamonha?
- Ui, não fala assim se não eu gamo! Mas agora falando sério, é que geralmente os casais se tornam amigos, depois "ficam" e ai namoram. Primeiro a gente ficou, e só depois que não deu certo, é que ficamos amigos. E o melhor, sem maldades, pelo menos da sua parte.
Dando outro empurrão em Matheus, Juliana concordou e completou:
- Pois é, Deus foi bom com a gente, porque mesmo que nossos caminhos não tenham se entrelaçado com um namoro, Ele permitiu que eu te tivesse como amiga, e eu sou muito feliz por isso.
- Nem eu sabia que você pensava assim, pra falar a verdade eu também sou muito feliz por ter você como amiga e aturar minhas esquisitices.
Eles se abraçaram como de costume, então Matheus a puxou. Os dois cairam da piscina e quase sem folego, dentro d'água mesmo, Ju tentou afogar Matheus. Duas crianças juntas, dois amigos inseparáveis na vida.
- é bom te ter aqui!


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

jogos e escolhas


eu queria poder te contar as coisas que se passam aqui por dentro de mim. Os meus sentimentos, os meus medos e incertezas. Queria poder olhar nos teus olhos e sentir que você que ama, sem duvidas, sem meio-termo. Queria fazer essa angustia passar, desabafar nos teus braços e contar-te meus maiores segredos. Meus olhos se enchem d'água, meu coração parece estar entre cordas, apertado, amarrado. Nada do que eu faço muda essa sensação. Me falta a oportunidade, ou melhor, me falta a coragem necessária pra por na mesa essa confusão e por cada carta em seu devido lugar. Isso não é um jogo, não existem cartas marcadas, nada é premeditado. Mas eu preciso sim expor as coisas, as cartas. E pra falar a verdade, penso comigo mesma se você não encara isso como um jogo, não de cartas, mas de desafios.
Se você ganha, eu perco. Se eu ganho, você ganha também. Todas as opções lhe são favoráveis. Eu, ao menos uma vez, quero ter a sensação de que você me tem como prioridade e que eu sou muito mais do que alguém com que você pode sempre contar, independente da situação. Não quero mais ser uma opção, uma válvula de escape nos momentos ruins.
Poder me permitir ser envolvida pelos seus braços e ficar horas olhando dentro dos seus olhos, sem medo daquele silêncio constrangedor. Seria perfeito! Te fazer carinho sem medo de uma interpretação errônea e ter a insegurança de que isso pode fazer com que você se afaste mais ainda de mim.
Me pergunto as vezes se o que sinto é real, se é amor. Penso, sofro, choro e chego a triste conclusão de que é e sempre foi amor. Um amor mal amado, mal interpretado, pouco demonstrado, pouco "sentido" até, eu diria. Amor, quando é de fato amor, tem que ser falado, tem que ser sentido, demonstrado; não precisa ser gritado, escandalizado, banalizado, isso jamais. Basta ser exposto de maneira discreta, sem grandes alardes. Só eu e você, pra que mais? Pra mim é o número exato, eu, você e Deus. Três que se transformam em um, perfeito!
Um dia eu espero que você leia tudo isso e saiba que é de você e com você que eu estou falando. Necessito com urgência que você entenda tudo isso da maneira mais clara possível. Que perceba que o que eu sempre quis pra mim, era e é você. Nossos planos, mesmo que distorcidos por criações diferentes, sempre foram os mesmos.
O pior é que você não se abre, não se dá essa oportunidade. Se proteger é uma coisa, se fechar pro mundo, é outra completamente diferente. Riscos são inevitáveis nessa vida. Erros meus me trouxeram aqui, me fizeram ser o que sou hoje, e não me arrependo de nada. Me fizeram ser alguém melhor. Tenta, ao menos uma vez. A vida é feita de escolhas, e espero que você faça a certa. Ganhar ou perder, não é o que importa agora.


terça-feira, 31 de agosto de 2010

vazia


Pintei os lábios, saquei o delineador, passei delicadamente sobre minha pálpebra, conferi o blushe o sorriso. Estava tudo ótimo, aparentemente perfeito. Cabelo, look, make up completo!
Já eram quase onze da noite, a buzina soou. Desci as escadas, peguei a bolsa e entrei no carro. Era a Jenny, estávamos preparadas pra mais uma noite daquelas.
Chegamos e já ocupamos nossas mãos com tulipas de chopp. Fomos até a nossa mesa habitual e sentamos a espera de uma música que pudéssemos começar de fato a noite.
Veio a música, levantei e fui pra pista dançar. No caminho esbarrei com "ele". Doeu! Não pelo esbarro, mas pelo olhar dele. Frio, indiferente, pra ser exata. Toda a minha alegria, meio que se escondeu. Tentei me fazer de forte e indiferente também, mas por dentro estava sangrando.
Dancei o máximo que pude, tentando mostrar pra ele que eu estava bem, que ele não fazia falta. Que a presença dele ali não me atingia em nada. Que o nosso namoro já estava esquecido e enterrado em algum canto do passado. Mas como eu poderia enganar ele se na verdade o que eu estava fazendo era me enganando? Estava maquiando algo que me feria cruelmente.
Um carinha da facu, o Biel, se aproximou de mim, querendo dançar. Ele veio devagar, como quem não queria nada além de uma dança. Pôs seus braços ao redor da minha cintura, foi chegando mais perto, e mais perto, falando de mansinho no meu ouvido, até que me beijou. Na hora eu fiquei com raiva, porque o "cara" estava ali, vendo tudo, e jamais, pelo menos na minha cabeça, me perdoaria. Ledo engano, ele não estava nem ai pra mim ou pra qualquer babaca que se aproximasse de mim. Mas, depois me desliguei e comecei a curtir. Jenny sempre foi apaixona pelo Jonny, e lá estava ele, pronto pra receber todo o carinho que ela tinha a dar. Bebi o quanto pude, dancei até me acabar e fomos todos pra casa do Biel.
Passamos a noite juntos, eu e o Biel. Quando acordei, senti um nó na garganta. Meu coração e eu, num todo estava vazia. Peguei minhas coisas e deixei todos lá dormindo. Peguei o primeiro táxi e fui pra casa, ainda tonta e com uma dor insuportável na cabeça. No caminho olhando pela janela, comecei a refletir sobre tudo o que me levou àquele momento. Todas as coisas e pessoas a quem me entreguei sem o menor pudor, tudo o que fiz por ter colocado pessoas no centro do meumundinho. O fato de não conseguir tirar da minha cabeça e do meu coração alguém que só me faz mal, que é indiferente a tudo o que sinto, que nunca quis estar de verdade comigo. Vivo num meio onde todo mundo quer tudo imediato, pronto, ali na hora. Se não for assim, não rola. A felicidade é instantânea, tipo miojo, e dura pouco. Um mundo vazio de pessoas vazias, cujosobjetivos de vida são no fundo os mesmos que os meus, mas que não se dão o trabalho, e não querem admitir a verdade. Não querem sofrer, tem medo de se prender. De viver! Quem não se machuca, não costuma dar valor a vitória.
Um mundo imaturo e vendido, puro consumismo esse lugar em que eu vivo. A mídia comanda e eu sigo. Onde é muito mais válido ter do que ser. Não estou ausentando minha culpa não, de forma alguma. Só faço o que quero. será?
Não quero mais o vazio, o muito ter, e o pouco ser, to cansando disso. Quero olhar nos olhos de alguém e ter a certeza de que essa pessoa me ama pelo que sou e exatamente como sou.
Agora eu só quero deitar na minha cama sem a toda essa maquiagem no rosto e na vida, com o meu violão, e ter alguém pra me embalar, tocando músicas de ninar. Sou uma criança perdida, precisando de um rumo, ou talvez um simples abraço.

"Com receio de sofrer, homens realizam vasectomia no coração.
Com receio de sofrer, mulheres fazem ligadura no coração.
Ambos tornam-se indiferentes e descrentes. Ambos sacrificam a fertilidade, o inesperado, o porvir. São enterrados de pé. Viver não é racionar o que se conhece. O que se conhece é insuficiente. Os riscos fazem parte da euforia.Como a dor, a alegria também pode ser insuportável. Por receio da alegria, sofremos."

(Fabrício Carpinejar)

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

meios sorrisos


Saí no meio da tarde, sem rumo certo. Me conformar não é mais uma opção, ou me conformo, ou me conformo. Espernear feito criança não vai me adiantar nada, chorar desconsolada, menos ainda. Só vou me desgastar, e nada vai mudar. Tudo o que penso a respeito da distância me massacra a cada minuto que passa e faz com que me aproxime mais e mais da derradeira hora, a hora de mais uma partida. Nada é válido quando se trata de amor e saudade? Mas é claro que tudo é válido, desde que eu não passe por cima dos sentimentos alheios e do meu amor próprio.
Andando devagar pela rua, me vi num turbilhão de sentimentos, e o que eu mais queria era me alimentar da presença dele, aquela presença que tanto esperei e que pouco senti. Mas nada na vida é como eu quero ou espero. Parte do meu sorriso me foi tirado com a mesma velocidade que me foi dado. O sorriso largo já não brilha tanto, já não é o mesmo, eu não sou amesma.
Olho pro relógio e tento não sofrer por saber que esse é o nosso "ultimo encontro". Odeio despedidas, e só de pensar novamente que vou ficar mais 2 meses longe de você, me dói o peito, e a lágrimas imediatamente vem aos olhos. Penso que pouco fiquei contigo e que hoje você é muito mais do mar do que meu. Passa mais tempo sobre as águas nada calmas de oceanos medonhos do que envolvido pelos meus braços cheios de amor e carinho. Não sou egoísta, mas essa divisão tem sido muito desproporcional.
Agora meu maior desejo é correr de encontro ao teu abraço apertado, e pedir que fique comigo até o navio sair novamente.
Chegando perto da lagoa, levada como que automaticamente para aqueles cantos, me vi próxima a da casa dele, e logo reconheci seus olhos negros a me observar. Olhos que sorriam por me ver, por encontrarem em mim um porto seguro para se abrigarem. Segurei sua mão e subimos até o telhado, como que pra nos refugiarmos desse mundo sofredor e cruel.
Deitei nos seus braços e ficamos conversando horas a fio. - Eu estive assim com tantos outros antes de você, mas eu sinto como se fosse a primeira vez. - Eu lhe disse com uma parte de sorriso que ainda tinha em mim.
Ele veio mais perto, passou a outra mão em torno do meu corpo e me beijou delicadamente, num fim de tarde perfeito, mesmo com tantas adversidades.
Tempo, seja meenos cruel com esse pobre coração cansado de sofrer, eu não quero bater de frente contigo, peço apenas que passe logo e me faça sorrir um sorriso completo de vez.

beijos, amor.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Me namora


Pura ansiedade. Olhava por cima do muro de cinco em cinco minutos. Nenhum sinal do carro preto que traria boas novas, ou pelo menos assim esperava eu. Batia os pés e mãos, coçava a cabeça e nada.
Tantas incerteza dentro de mim. Sentimentos confusos, como sempre. A única certeza, era o amor. Imenso, forte, imponente, mas impotente frente toda aquela dúvida sobre os teus sentimentos e incertezas.
Tanta demora e finalmente um ponto preto se aproximava, tão lentamente que mal pude me aguentar. Desci as escadas quase que caindo, tremendo, rindo horrores, sem motivos. Aliás, ria de nervoso, por medo também, talvez, nem sei explicar o que aconteceu naquele momento.
Ele desceu do carro, despreocupado, como se nada demais estivesse prestes a acontecer. O meu futuro por alguns momentos não estava mais em minha mãos, mas sim nas mãos dele. Meu coração já pertencia àquele que tanto já me fez sofrer sem ao menos saber. Eu na maior parte do tempo sei muito bem me conter, na maioria das vezes falo pouco, mas com ele, com ele é diferente. As palavras saem com tanta facilidade, e até mesmo quando não saem, quando ficam presas num nó na garganta, por um sorriso e um abraço inesperados o silêncio não se torna constrangedor. Não me preocupo em estar só e em silêncio com ele, impossível descrever. É como se a nossa troca de olhares se transformasse em uma longa e bonita conversa.
Então ele veio devagar, com um sorriso besta, que me rir mais ainda. Apertou os olhos de um jeito bobo que só ele sabe fazer e me perguntou como foi o meu dia. E antes mesmo que eu pudesse responder, me envolveu num abraço forte e carinhoso. Sem saber como agir a única coisa que consegui responder foi - O dia tá bonito, eu to bem. Nem estava te esperando. - Quanta idiotice minha! Como eu pude dizer que não o estava esperando se ele mesmo havia marcado esse bendito encontro a dias atrás. Imediatamente levei minhas mãos ao rosto e quis me esconder.
Ele se aproximou um pouco mais, puxou minha mãos e as colocou em volta do seu pescoço.
Fiquei meio sem jeito, porque ele havia sentido minhas mãos frias, geladas e tensas.
Com a ponta de seus dedos ele tocou cada parte de minha face, como se quisesse gravar cada detalhe, cada falha, até. Pôs os fios de cabelo que cobriam parte do meu rosto para trás e me beijou tão delicadamente, que mal pude sentir que era real.
Ao terminar, baixei a cabeça, ainda sem jeito e ele novamente levantou-a e olhou fixo, dentro dos meus olhos. Sorriu um sorriso tão bonito, tão querido, se é que me entendem. Um sorriso meio de lado, com um olhar seguro e carinhoso.
Ficamos em silêncio por mais alguns minutos até que eu o convidei para entrar. Ainda estávamos parados no primeiro degrau da escada. Sentamos na varanda e minha pequena vira-lata pulou em cima dele, fez uma festa, como se soubesse a alegria que aquele ser me trazia também. Bem que dizem que os cães parecem com seu donos.
Conversamos durante horas, desde coisas bestas e bobas, como o tempo, futebol e estudos, até coisas mais relevantes (família, religião, trabalho). Rimos muito, a hora passou rápido por demais. Então a derradeira hora chegou. Ele teria que ir embora.
Relutando consigo mesmo, me disse que já estava tarde e que teria que acordar cedo. Nos levantamos e fui com ele até o ponto do nosso beijo, não foi o primeiro, mas para mim era como se tivesse sido o mais esperado, sem motivo aparente.
Assim que chegamos ao portão ele disse baixinho que precisava me perguntar algo importante. Da primeira vez não entendi, não ouvi muito bem e pedi que repetisse. E ele o fez e completou com a pergunta ainda mais embolado.
Toda aquela calma, falta de preocupação, sumiram. O pobrezinho começou a gaguejar, estava tenso. Pedi calma como se eu estivesse calma, haha.
Então sentamos nos degraus e olhando pro chão ele pediu desculpas. Pegou minha mão e agora olhando dentro de meus olhos finalmente perguntou de maneira límpida e sem gaguejar: - Camila, é que eu nervoso, eu nunca fiz isso antes. Me desculpa, mas é que eu não posso mais deixar isso passar. Você... você, é que eu , eu gostando de você e ficar assim perto de você sem saber como te apresentar pros outros não dá mais. Não posso ter essa incerteza do que você tá pensando e sentindo por por mim, não quero ter a incerteza de que tem outro cara prestes a te roubar de mim. É que eu, eu , eu quero namorar com você, entende? Eu quero poder sair contigo de mãos dadas e poder sem medo falar que tu é minha namorada, minha amiga só não é mais suficiente pra mim. Eu quero parar de falar da minha família e da sua, e começar a pensar num futuro nosso, nada meu ou seu, mas o nosso, juntos. -
Eu poderia esperar e cheguei a imaginar muitas coisas, mas nada passou perto daquilo. Superou todas as minhas expectativas.
Eu não pude falar nada, qualquer palavra diminuiria aquele momento.
Eu o abracei como nunca tinha feito antes e beijei seus lábios de um modo que meu beijo respondeu qualquer uma de suas duvidas. No fim de tudo sorrimos um do outro e no olhar já sabíamos o que o outro estava pensando.
Mais um abraço apertado e ele se foi, e não foi um abraço de despedida, mas sim de começo. O começo de uma longa e nada fácil história de amor.
Mas quem disse que a vida é fácil?

...

terça-feira, 17 de agosto de 2010

escolhas


pois é eu não vivo em um conto de fadas. Minha vida não é perfeita e eu vivo tentando fazer com que as pessoas a minha volta sejam um pouco mais felizes. Eu juro, tento fazer tudo certo, mas as vezes o meu certo não parece tão bom assim pra outras pessoas.
Eu cresci com a minha mãe me educando, fazendo papel de "pãe". Sempre tive pouca intimidade com a palavra pai. Sei bem o significado, mas a prática não acontece pra mim. Foram poucas as vezes que pronunciei essa palavra sem ter dor, lágrimas ou até mesmo sem uma certa tristeza na voz. Sentada em frente ao mar, numa noite fria, onde o vento beija suavemente minha face começo a pensar nessa palavra tão pequena, mas tão complexa pra mim.
Penso nas vezes em que quis ter o meu pai ao meu lado e não pude. No dia dos pais na escola onde todos os pais estavam lá, mas faltava o meu. Na vez em que eu trouxe meu namorado em casa pela primeira vez, mas que não tinha aquela figura paterna lá pra recepciona-lo. Não pense que é fácil ou bom, porque não é. Tem dia que o que eu mais quero é que ele me ponha de castigo e determine uma hora certa pra chegar. Não que a minha mãe não faça isso. Ela cumpre muito bem o papel de mãe e algumas coisas de pai, mas é diferente. Por mais que ela tente suprir toda essa minha necessidade paterna, é difícil. Tento não transmitir nada pra ela, mas tem dias, como hoje, que são mais pesados, ruins. Fica difícil controlar a saudade. Sim saudade. Tenho uma saudade dentro de mim que vai além de qualquer memória existente. Saudade de algo que nunca existiu, uma relação que nunca foi forte, única. Sempre foi superficial, ausente e pouco lógica. Ser pai não é só passear fim de semana, não é só fazer grandes ou pequenas viagens. Ser pai e se preocupar verdadeiramente, é se fazer presente, mesmo ausente. É dar carinho e não só dinheiro. Só de pensar dói. Machuca.
Sentada aqui, olhando as luzes da cidade, peço a Deus que ilumine meu pensamentos e escolhas. Eu não quero colocar outro ser nesse mundo para que ele sofra o que eu sofri e ainda sofro. Eu aprendi com os erros dos outros. Eu não quero que a pessoa que viverá comigo, ao meu lado por toda a minha vida, seja indiferente, vazia. Mesmo que eu tenha que esperar mais 8 anos pra ter certeza de que é ele o cara certo. Porque quando acontecer, vai ser o melhor, o certo.
É triste, ou não, perceber que outras figuras masculinas foram mais presentes num papel de "pai" do que o meu próprio pai. As escolhas erradas dele, refletem em mim até hoje.
Eu o amo, muito, confesso. É meu pai, impossível mudar isso, ou mesmo substituir. Mesmo aos trancos e barrancos eu tento o aceitar assim. Dar valor aos pequenos momentos de paz e amor que temos.
Eu sei que um dia isso vai fazer falta, não só pra mim, mas pra ele também.
Quis achar o momento certo pra falar isso tudo. O dia dos pais não me pareceu muito adequado. É muita coisa na minha cabeça, é muita dor. Eu pareço forte, as vezes até me sinto segura de falar sobre, mas o segundo domingo de Agosto não costuma ser um dia fácil pra mim. Ir a Missa e escutar o Pe. falando coisas que eu peço a Deus em oração que o meu pai escute. E ao fim da Missa "aquela música" que me mata, acaba comigo. Eu sempre achei Fábio Júnior um saco, mas nesse dia, ele se torna insuportável. Entendam, toda muralha tem um ponto fraco, um ponto que se você souber "explorar" você pode desmoroná-la.
Vou continuar por aqui, olhando pro nada, o horizonte, talvez. Sentindo um abraço de Deus e pedindo a Ele que me faça enxergar dentro dos olhos do meu amado os mesmo desejos e objetivos que os meus.
E para os que dizem "você sabe que ela não se importa", bem eu me importo sim, e muito. Me importo porque eu vivo isso, de verdade. E não me permito errar, pelo menos não no que diz respeito a minha escolha de vida, uma escolha que vai influenciar a vida de outras pessoas. E como já disse no começo: eu vivo tentando fazer com que as pessoas a minha volta sejam um pouco mais felizes. E no que depender de mim, meu filhos serão os mais felizes e o meu marido será o melhor pai.
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Pai, pode ser que daqui a algum tempo, haja tempo pra gente ser mais muito mais que dois grandes amigos, pai e filho talvez. Pai, pode ser que daí você sinta, qualquer coisa entre esses vinte ou trinta longos anos em busca de paz. Pai, pode crer, eu tô bem eu vou indo, tô tentando vivendo e pedindo com loucura pra você renascer. Pai, eu não faço questão de ser tudo, só não quero e não vou ficar mudo. Pra falar de amor pra você. Pai, senta aqui que o jantar tá na mesa, fala um pouco tua voz tá tão presa nos ensina esse jogo da vida, onde a vida só paga pra ver. Pai, me perdoa essa insegurança, é que eu não sou mais aquela criança. Que um dia morrendo de medo, nos teus braços você fez segredo nos teus passos você foi mais eu. Pai, eu cresci e não houve outro jeito, quero só recostar no teu peito pra pedir pra você ir lá em casa e brincar de vovô com meu filho no tapete da sala de estar. Pai, você foi meu herói meu bandido, hoje é mais muito mais que um amigo. Nem você nem ninguém tá sozinho, você faz parte desse caminho, que hoje eu sigo em paz. - Pai / Fábio Júnior -

sábado, 14 de agosto de 2010

Quase morte



Rindo, brincava no banco da praça com minhas sobrinhas. Escutei um som alto, levei um susto, mas logo sorri para as minhas pequenas novamente. As duas, sérias, olharam assustadas pra mim.
De repente, um calor na minha barriga, olho pra baixo e me vejo sangrando. Uma dor me invade, começo a suar frio. Todos a minha volta se desesperam. Me deitam no mesmo banco onde estava sentada.
E nesse exato momento o mundo se cala, comecei a ver um filme em minha mente. E garanto, não era um filme bom. Comecei a ver cenas da minha vida, e não eram as minhas melhores lembranças. E nem as piores, pelo menos não até aquele momento. Eram memórias ruins que outras pessoas tinham de mim. Coisas, sentimentos ruins que eu causei. Aquele filme era bem diferente do que eu costumava imaginar quando pensava no que poderia ser a morte pra mim. Sempre imaginei ver as melhores cenas, os melhores momentos, os melhores sorrisos. Mas que nada, comecei a ter nojo de mim ao ver tudo aquilo. Os momentos em fui indiferente com a minha mãe, o dia em que não dei atenção a um amigo que precisava de mim, o sorriso que guardei pra mim, porque estava estressada demais para doar a outra pessoa. O abraço que me neguei a dar num momento de raiva, e o olhar amigo e seguro pra aquela a quem eu sempre estimei e quem sempre esteve comigo. Palavras lançadas sem o menor pudor ou medo de magoar. Palavras contidas por vingança. Coisas ruins das quais eu nem lembrava mais, ou pelo menos não o meu consciente.
Depois de todas as cenas passarem lentamente em minha mente, vi o rosto da minha mãe, vi meu pai chorando, e meu namorado com as mãos na cabeça, quase tendo um colapso. Não, eles não estavam lá, mas a minha ânsia por vê-los foi tamanha que comecei a delirar. Escutei novamente o mundo, as pessoas naquela praça. Alguém gritou meu nome e tudo começou a girar. As vozes foram ficando distantes, tudo foi escurecendo e ...
Não, não poderia acabar daquele jeito. Não poderia morrer sem deixar o meu legado, não poderia partir para o Pai sem me fazer presente nesse mundo de uma forma boa, positiva. Só lembro de ter pedido a Deus a permissão de tentar mais uma vez, tentar ser diferente, tentar fazer diferente.
Acordei num quarto branco com um cheiro forte que não consegui identificar, me perguntando o que tinha acontecido realmente. Minha mãe estava sentada na poltrona e deu um salto quando que viu acordar, um grito. E quando menos esperava do outro lado surgiu ele, meu bem amado, meu namorado, chorando feito criança. Fez-se a festa. Meu pai, teimoso, com o cigarro entre os dedos, veio correndo me abraçar.
Meus amores, meus bens amados ali comigo. Não, eu não morri. Deus me proporcionou uma segunda chance. Um recomeço, uma oportunidade de fazer diferente, de ser diferente.
As dificuldades e obstáculos serão inúmeros, mas vou superar com o sorriso largo no rosto. Não vou desperdiçar tudo aquilo que Deus me proporcionou. Um amor, grande, único. No qual me agarro, me entrego por inteira. O amor Dele que me fez ressurgir de uma vida monótona e vazia. Deus, meu grande amor está me dando forças pra continuar e tentar o melhor.
Aquela bala acertou minha barriga, mas não acertou nenhum órgão, por um milagre. Mas Deus, ah, Ele acertou em cheio o meu coração. Eu já não sou mais o alvo. O alvo é o Céu, o meu alvo é o céu. E não era minha hora, Ele não permitiu. Vou vivendo de um jeito que o Céu seja o meu lugar.

domingo, 8 de agosto de 2010

A volta


Quase sem esperanças, triste e abatida, precisando de carinho. Todos dias passava próximo ao cais antes de ir para o trabalho, como numa tentativa de te ver, te encontrar em algum ponto do oceano. Sempre saia do porto com os olhos cheios d'água e com um aperto no coração. Era sempre a mesma coisa. Nada de você chegar. Um beijo eu jogo em direção ao mar, na esperança de você sentir o meu carinho de alguma forma.
Fim de tarde, todos saindo do trabalho, indo para casa. Olhos fixos no chão. Nada de sorrisos, eles já estavam gastos demais, e não tem combustível pra se manterem ali, vívidos, fortes. Cabisbaixa, sem planos para mais uma noite sem nossas conversas.
A rua enchia e ao passo que ia chegando mais próxima do porto comecei a ver um burburinho. Pessoas com faixas de boas vindas, eufóricas, alegres e pulando de alegria. Procurei entender o que estava acontecendo quando reconheci um rosto. Sim, sim! Era uma amiga minha, aquela a quem confessava minhas dores de saudade. Perguntei a ela o que estava acontecendo e ela logo me respondeu:
- São eles, Camila, são eles! Estão de volta, chegaram!
Assim que terminei de ouvir suas palavras, senti uma mão me puxando. Segurando minha cintura. Me puxou de um jeito que só uma pessoa faria. Sim , era ele. Meu amor, meu bem, meu bebê. Ao sentir e reconhecer seu toque, fechei os olhos. Deixei que ele me guiasse. Nossas bocas se encontram, já sabiam muito bem o caminho uma da outra. Nem o tempo e nem a distância mudaram determinas coisas, os caminhos, os jeitos e trejeitos. Muitas coisas mudaram, mas o amor, esse permanecia intacto, aliais, ele mudou um pouco, na verdade ele aumentou!
Um beijo, mão na cintura e uma gravata. Impossível descrever aquele momento. Alegria, frio no estômago, emoções a mil.
Dois meses longos, brigas pelo telefone, pazes feitas pelo messenger, momentos de saudades, noites de choro, tudo desfeito, tudo aplacado com um beijo. Um beijo simples, singelo, doce, amado, sutil, meigo. Chegou a ser surpreendente, foi além de qualquer expectativa. Como se fosse o primeiro, aquele cortejado, tão esperado e desejado, primeiro beijo.
E era como se esses dois meses tivessem voado. Nada mais parecia me abalar. Tristeza? Essa tá longe, muito longe. Lá na África pra ser exata. Deus me trouxe ele de volta, bem.
Mãos dadas, sorrisos largos, olhos nos olhos e fim de distância. Bem só não posso afirmar que é o fim da saudade. Porque essa, bem, essa está longe de ter fim.
Tarde a espera no cais? Ah meu bem, nem tão cedo!


Beijos cheios de saudade, ainda.


os próximos textos virão mais inspirados, mas com menos freqüência. Faculdade e trabalho ainda vão me matar. Mas escrever ameniza qualquer coisa ruim que possa ter em meu coração. Uma válvula de escape. Obrigada s2

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Confissões e confusões


Quase caindo de sono, sem inspiração. Moída, cansada, exausta e diria até muito um pouco estressada. Felizmente Infelizmente não bebo, então não posso pedir: "Um martini duplo, por favor." E pra falar a verdade, me afogar no álcool não é uma boa saída, eu sei. Erros, rabiscos. Uma semana cruel que se arrasta, pesada, lenta. Tudo acontece! Mas o que mais espero, mais anseio, atrasa, não acontece. Perdida no meio de livros, textos e leis. Presa nos meus pensamentos, problemas, neuras e defeitos. Um cubículo escuro, mal consigo me ajeitar. Quanto mais me conheço, mais percebo o tipo de ser humano que sou. Um ser limitado, mais coração do que qualquer outra coisa. Impulsiva demais. E por ser impulsiva, acabo magoando pessoas das quais tenho um apresso imenso. Por muitas vezes, em muitas situações me prendo a essas gafes, revoltas existências que afetam aqueles que estão a minha volta. Me consumo, choro e acabo me irritando mais. Vira um bola de neve, e eu ... bem eu viro uma bola, uma bola humana. Infelizmente meu biotipo não me permite extravagâncias gastronômicas. Sangue italiano, quente, com aquele requinte brasileiro, gingado. Mistura complicada essa. Só sei no fim de tudo sofro, muito. Mas o pior é que eu sei que esse sofrimento vale a pena. Será?
Minhas confissões e confusões no papel, eu mal me entendo e tanta gente se aconselha e desabafa comigo, e ainda dizem que eu ajudo. Até acredito, porque é muito fácil falar de um problema quando estamos fora dele. É muito fácil falar o que as pessoas querem ouvir. Vou pelo caminho mais difícil, em boa parte das vezes, pelo menos pra outras pessoas. Se me perguntar o que acho da situação, vou dizer primeiro o racional, o que você deveria fazer de fato, mas como já disse, sou muito mais emoção. Te direi o que eu faria no teu lugar, e pode crer, eu voltaria.
Um texto dirigido a mim, a você e a tantos outros. Não sei mais o que fazer, olho pro relógio e se passaram somente dez minutos. Como eu quero que essa noite acabe logo. Minha inspiração amiga que geralmente me vista a noite, não veio hoje, me deixou só. A mercê dos meus pensamentos insanos, confusos e dramáticos. A tristeza tenta se instalar nesse lugar umido e estranho, mas logo dou um passa fora nela. Não escrever sobre esse sertimento. Ela me angustia e me limita mais ainda. Quero manter meu sorriso, mesmo que confuso. Quero poder abraçar, ainda que isso seja difícil. O perdão é para os fortes, os fortes de coração. Uma decisão que eu tomei mais por mim do que por você. Acho que pra me tornar mais livre, menos limitada.
Mais confusões no papel. Contos os minutos pra sexta-feira chegar e dar fim a essa minha ânsia de sorrisos, carência de abraços e saudades de palavras que se revelam no silêncio de um olhar. Espero que quando ele voltar, essa tal inspiração volte e que essa confusão se aquiete e se esconda, ou se revele termine enfim. To cansada de tanta gente dizer o que me convém, as vezes eu sinto que o que realmente preciso é escutar meus próprios conselhos.
Ele que me abraça, me faz sentir segurança. Onde encontro o encaixe perfeito pra minha cabeça em seus ombros largos e protetores. Me deixa feliz, alegre, segura. Temos defeitos e limitações, mas quando está aqui, tudo diminui, tudo se transforma em uma fração de segundos.
Uns minutos pensando no nada e constato, não existe confusão. O que acontece é que tenho a certeza do que quero, mas sou limitada e não estou segura hoje, sei o que é o melhor, mas quero o pior. É talvez isso seja mesmo uma confusão.
Que se finde logo isso, que ele venha me proteger de mim mesma. Que venha me retirar dessa prisão, dessa cela que me faz ser mais limitada e frágil do que de costume. Um lugar onde as palavras não chegam, não saem e não se juntam de forma lógica. Um lugar escuro, umido de lágrimas que afasta qualquer tipo de inspiração. Uma prisão interna, dentro de mim mesma. Um lugar do qual não consigo sair sozinha, não consigo me encontrar sem aquela ajuda.
Me desculpem pelas palavras sem nexo, pela confusão, pelos rabiscos. Não costumo ser assim, mas a saudade deixa a gente assim, aprisionada. Um misto de sentimentos, todos ilógicos ou lógicos, nem sei mais. As únicas certezas que possuo neste momento é a de que Deus está ao meu lado e a de que o amor é maior do que qualquer distância física.
E esse conto que não é de fadas, ainda não teve um final feliz. Eu disse ainda ...

Palta para o Bloínquês 28ª Edição Visual
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E como que pra complementar esse meu desabado, um trecho de Ana Jácomo.
Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria. Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz !

domingo, 1 de agosto de 2010

Desabafo de saudade


O navio se distanciando, todas nós estávamos arrasadas. A partida é sempre dolorosa, mas essa em particular doía mais, porque além de ires pra longe, não poderia nem ao menos poder falar contigo nesses dois longos meses. Raras seriam as ligações. Todas as amadas e amigas estavam reunidas para um último adeus. Doze dias em alto mar até o primeiro porto na África. Sem qualquer tipo de notícias, sinal ou qualquer coisa que fizesse meu coração ficar mais tranquilo, menos perturbado e preocupado.
Não consigo tirar de minha mente aquele dia, é como se um filme em câmera lenta passasse repetidamente em minha cabeça. Teu último sorriso, o mais delicado. Tua falta de palavras resumiam tudo o que estavamos sentindo, nossos olhos marejados traduziam qualquer coisa que se passava em nossos pensamentos, no nosso íntimo. Impossível escondemos qualquer coisa um do outro. Nossos medos e certezas confusos dentro de nós mesmos. Medo do que poderia te acontecer longe de qualquer olhar amigo que pudesse te amparar, cuidar da tua saúde e segurança. Pensava no que esse oceano enorme poderia te fazer até o teu destino final, rezava aos Céus para que nada te acontecesse. O mar estava agitado, me lembro bem, mas Deus escutava cada pensamento meu e antes mesmo que tua partisse, o mar se acalmou. O último beijo, que coisa boa. Um selinho que nos transmitiu paz, a paz necessária pra que meu coração paralisasse por um segundo e o teu dissesse ao meu: "olha, cuida bem da tua dona, não a faças chorar, que vou zelar por ela de longe, eu bato por ti, pelo amor que sentes por mim e por este corpo que me abriga." E meu coração voltou a bater num descompasso só, emocionado. E como numa resposta te puxei pra mais perto de mim e te de um último abraço, na intenção de que meu corpo te protegesse de qualquer coisa que pudesse te acontecer, pra que a cada porto e em qualquer lugar em que te sentisses sozinho, se lembrasse de mim, da minha proteção, do meu cuidado e zelo. Momento único, meu e seu. Nada mais poderia me fazer esquecer da tua face junto a minha.
Todos no cais estavam emocionados e eu diria que até dilacerados em parte, estavamos ali por um parente, um amigo, um irmão, um namorado esse era o meu caso, alguém amado e querido que partiria em missão pra África e com certeza levariam parte de nós. Parte grande de mim, eu diria. Tu não é algo vital para mim, mas é parte de mim, parte do que sou, fui e pretendo ser. A tua partida me deixa arrasada, mas vou seguir em frente, na espera de poder te ter aqui comigo novamente, para que possamos continuar a nossa história, juntos.
Marinheiros prontos, todos entrando em fila, para entrar naquele navio frio e cruel, que os levaria até um porto distante, longe de nós.
Então segurou minha mão e com a boca, voz, mãos e corpo inteiro me disse:
- O navio está me levando para longe, mas o nosso amor tudo supera. Parte grande de mim aqui permanece, ao teu lado, te sustentando até o dia em que eu voltar. O nosso amor nos dará forças, nos capacitará a enfrentar qualquer obstáculo que aparece em nosso caminho juntos. Eu te tenho em meu peito, gravada em mim, na minha essência, tu és parte integrante de mim, do que sou. Eu sempre estarei pensando em ti, não se esqueça disso. Lembre-se de que o maior motivo pra que eu lute para voltar inteiro, é você. E toda vez que a saudade apertar, pense que hoje falta menos do que ontem, é menos um dia longe de mim. Eu insisto em te dizer algo que desde que eu me vi amando você, amor não é uma palavra, é uma atitude, e todas as suas me revelam a imensidão do teu, do nosso amor - e enxugando minhas lágrimas ele continuou - Fica tranquila, minha pequena, quando eu voltar, tudo vai se ajeitar.
Quase não conseguindo falar, respondi até que de uma maneira firme:
- Volta logo pra podermos viver o melhor da vida, pra vivermos o melhor de nós dois. Com calma a gente vai se construindo, nos modelando um ao outro, pra sermos felizes de vez. Volta logo pra fazermos do eu e você um único nós. Eu vou ficar aqui, mas também estarei contigo a todo momento em pensamento. Vou ficar na espera, porque eu sei que vale a pena, eu sei que é de verdade, o nosso amor.
Um beijo na testa, um olhar triste e marejado, o velho sorriso no canto da boca ... e se foi.
_______________________________________________

Algo que eu vivo, com a coragem de quem ama de verdade, intensamente. A saudade e a distância física é quase nada pra quem ama e respeita. Eu acredito em namoro a distância, acredito naquilo que eu vivo e no que espero. Isso faz com que tudo o que temos seja mais valorizado e desejado, cada carta, foto, olhar, beijo, cada sorriso. Toda vitória infelizmente ou felizmente requer um certo sofrimento, vem com obstáculos. Não existe vitória sem cruz e se essa é a minha, a nossa, tenho certeza de que a nossa vitória será melhor do que podemos imaginar. Está acabando, faltam só cinco dias pra você voltar. Cinco dias para que meu sofrimento acabe, pra que a tua solidão se finde. Não quero mais que se sinta assim só, sem amigos e longe dos que te amam. Estou te esperando pra darmos o nosso primeiro beijo de volta, aquele simples e singelo gesto que nos uni.
Agradeço a Deus por ter colocado meninas que passam pela mesma situação que eu em minha vida. A saudade passa a ser compartilhada, e se torna menos dolorosa. Estaremos todas daqui há cinco dias, de braços abertos, sorrisos largos e felizes da vida, pela volta de nossos amores, nossos babies amados.
Amor, continue me cuidando daí, que estou te cuidando daqui.
Beijos da tua amada pequena, com muito amor.


Amar um militar não é uma posição física e temporária,
é uma missão, nossa guerra particular.
(Autor desconhecido)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

O mundo encantado de Luiza - O sonho


Era tão somente mais um novo amanhecer para Luiza. Depois de tantos altos e baixos e de tantas mentiras, esse era o momento de ser feliz. Mas toda aquela fortaleza que ela aparentava, se desfez no momento em que saiu pela porta onde Henrique estava, no dia anterior. Mesmo parecendo muito segura de si mesma, a menina guardava medos, incerteza e um vazio imensos, dos quais ainda não tinha coragem de falar com ninguém. Medo de ser traída novamente, um vazio que não conseguira preencher com nada que pudesse imaginar, incertezas das quais só poderia se desfazer, vivendo novamente. Levantou-se da cama e lembrou de tudo o que tinha acontecido. Tentou se manter forte, mas estava sendo difícil. Ainda sentia sono e estava com o corpo cansado e tenso. Não tinha dormido bem. Chorou sozinha a noite toda. Toda vez que sentia que alguém estava se aproximando, segurava o choro. Continha cada grito e gemido de dor e decepção.
Saiu da cama, desceu as escadas e percebeu que não havia ninguém em casa. Dona Lúcia deixou um recado sobre a mesa dizendo:
"Minha querida e amada filha, deixei que dormisse até mais tarde, não se preocupe, não precisa ir a escola hoje. Se recomponha, fique bem. Tem comida na geladeira, é só esquentar. Te amo muito, e tenho fé de que Deus te prepara algo grandioso. Beijos."
A doce menina estava com o rosto inchado - tão jovem e já se decepcionando assim - Luiza subiu novamente as escadas e foi até o canto de seu quarto, onde se recordava de ter grandes e maravilhosas lembranças de infância. Seu pai havia pintado estrelas e "parte do Universo" para que a menina soubesse que havia um mundo mágico lá fora. Ela pegou seu ursinho de pelúcia, já velhinho, calejado, e deito-se novamente, mas agora ali, naquele cantinho onde se sentia bem e protegida pelo seu amigo urso.
Começou a escutar um barulho estranho. Não sabia de onde vinha. Sentou-se assustada e logo em seguida viu um Senhor se aproximar pela porta. Se encolheu toda, abraçou seu ursinho como nunca e começou a orar descompassadamente, se atropelava nas palavras até. Como podia, depois de tudo o que passou no dia anterior, agora morrer assassinada por um velhinho! Pensava ela.
Gritou dizendo:
- Meu Senhor, eu não tenho nada pra dar, não tenho dinheiro, mas pode levar o que quiser, mas não faça nada comigo, por favor.
O velhinho entrou então no quarto e na mesma hora Luiza olhou dentro de seus olhos, e naquele momento ela sentiu uma paz incrível, como nunca havia sentido antes.
Aquele Velhinho sentou ao seu lado e começou a falar:
- Menina, quando a noite vier perturbar sua vida, destruir seus sonhos, saiba que estarei aqui para te acolher. Não se sinta sozinha, eu sempre estive ao teu lado, mas você não me permitia chegar mais perto. Menina, há quanto tempo estás perdida e sozinha marcando seu destino? Muito, acertei? Pois bem, não se prenda ao pequeno e passageiro. Entenda que as coisas que acontecem na nossa vida, só nos acrescenta. Mesmo o que aparentemente nos fere. Temos que guardar as lições, mas não as feridas. Deixe que Eu as cicatrize. A cicatriz vai existir sempre, mas para que você não cometa os mesmos erros. Lembre-se de que você nasceu completa e não precisa de ninguém além de Mim para ser feliz. Perceba que toda vitória, tem um caminho árduo, mas não porque Eu quero e sim porque vocês escolhem assim. E sempre será gratificante.
Luiza, surpresa e já sem medo algum, perguntou:
- Calma ai, o Senhor ... ehr, é O SENHOR? Por quê? Isso não é possível. Porque eu sou toda errada, sou vou a Igreja porque a minha mãe me obriga e assim, eu não mereço a Tua presença. Fora que esse papo todo de Missa, grupo disso, pastoral daquilo e blábláblá não é comigo. Eu não levo jeito pra isso, as pessoas são velhas por lá.
- Entenda minha filha, eu não faço distinção entre meus filhos. Eu os amo da mesma forma especial e igualmente. E saiba que eu não aceito o pecado, mas eu amo o pecador, compreende? E quanto a ir a Igreja, bem é um meio de você se aproximar cada vez mais de mim e sentir mais e mais a minha presença. Lá você poderá compreender mais a Mim e os caminhos que Eu desejo pra você. E não existem só velhos não, minha pequena, há muitos jovens lá, que se divertem, dançam, fazem festa e vivem como qualquer jovem desse mundo, mas eles os fazem segundo aquilo que Eu lhes ensino e advirto. Eu os amo e os quero bem e felizes. Mas quero lhes dar a felicidade verdadeira, e não essa instantânea e passageira que muito jovens vivem. Se dê a oportunidade de viver essa felicidade. Saia por essa porta e pense que o ontem , já passou e que você não vai mais viver aquilo. É passado, superado! Eu te fiz a minha imagem e semelhança por amor e é por amor que eu te quero bem, feliz e segura de si e do seu futuro. Confia em mim, entrega tua vida e tuas dores pra Mim, no mais eu agirei.
- Ah, Senhor, mas eu fico desanimada só de pensar que outro menino pode fazer tudo o que o Henrique me fez. Doeu e foi uma vergonha aquilo tudo. É fácil falar e acreditar enquanto o Senhor está aqui, mas e depois? Eu não sei se consigo.
- Hey, menina, Eu sempre estou com você, acredite nisso! Você é assim, feita de sonhos e esperança. Nasceu pra amar e ser amada por alguém, eternamente. Saiba que a vida não e fácil nesse mundo onde parte das pessoas são egoístas e esquecem que os outros também tem sentimentos, mas se si concentrar em mim, será menos árduo. O que é teu está guardado, tudo tem o seu tempo certo. Eu sei bem, tua dor deve ser grande, outra vez decepção, parecia ser o cara certo, especialmente feito pra você, mas não desista dos teus sonhos, Eu tenho o melhor pra você. Lembra que Eu estou perto e sofro com você.
- Sabe, eu tinha uma visão tão diferente do Senhor. Eu senti uma paz enorme me invadir, já não sinto mais aquele vazio que me consumia. Obrigada por tudo o que tens me feito. Eu sinceramente nem sei o que fazer ou dizer. Só agradecer! Eu te peço Senhor, fica comigo! Sei que contigo ao meu lado tudo posso e tudo consigo. Não sei traduzir em palavras o que estou sentindo, mas Tu sabes bem, eu sei. É incrível, é maravilhoso. Único!

Então os dois se abraçaram, num abraço demorado. Pai e filha, criador e criatura, unidos. Tão simples e bela aquela cena, de aquecer qualquer coração frio.
- Mas por último, minha filha amada preciso te dizer uma coisa pra que fique gravada em ti. Tenha certeza de eu te amo e estou sempre contigo, mesmo que ainda se ache pecadora e distante de mim. Não chore linda menina, mas clame sem cessar .
Logo em seguida Luiza escutou outro barulho, como se a chamassem. De repente se viu deitada, abriu os olhos e viu sua mãe de joelhos, com uma expressão preocupada e perguntando como ela estava.
Percebeu que aquilo tudo foi um sonho. Um sonho, será? Mas a paz ainda permanecia nela e o vazio de fato havia sumido. Não foi um sonho, sentia dentro de si que tinha sido real e que Ele estava ali com ela.
Deu um sorriso largo pra sua mãe, e disse:
- Eu nunca me senti tão bem mãe, na verdade, eu nunca pude imaginar que eu poderia ser tão feliz assim. Eu te amo tanto, sabia? Obrigada por tudo. Mas sabe o que me deixa mais feliz mesmo é saber que Deus me ama e eu não estou só, nunca estive.
As duas se levantaram e saíram conversando animadamente.

Os trechos em negrito são de músicas que muito me encantam. - Linda Menina do Rosa de Saron e Não desista dos seus sonhos do Pimentas do Reino -
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